segunda-feira, 25 de maio de 2009

Coisas velhas são novas de novo

Alice in Chains vai lançar um disco novo em setembro - o primeiro em 13 anos.
Faith No More voltou.
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ATUALIZAÇÃO: VOLTOU E TOCA EM SP EM OUTUBRO, BORA???!
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Stone Temple Pilots voltou.
Até os Guns And Roses lançaram o disco.

Estamos em 2009, na cara de 2010 - o ano em que vai começar a obsessão com a década de 90. E a onda com 80 já está dando enfado.

Pode esperar:
- Nirvana vai virar mania de novo;
- Vão aparecer bandas novas fazendo big beat (aquele som dos Chemical Brothers, Prodigy, Fatboy Slim que ninguém faz mais);
- Vão aparecer bandas novas fazendo trip hop (aquele som do Portishead, Massive Attack, Tricky que ninguém faz mais);
- Chico Science vai virar uma espécie de santo aqui no Brasil, ainda mais porque morreu cedo;
- Pearl Jam vai virar uma espécie de Led Zeppelin;
- Se voltar as tendências dos anos 90 hip hop vai ficar bom de novo;
- Algumas coisas bem merda vão voltar do nada (tipo Ace Of Base);
- E como sempre vamos andar em círculos correndo atrás do próprio rabo.

A onda dos anos 80 já encheu, mas teve sua utilidade. Citando a Cláudia, fizemos as pases com a década, porque tinha coisa boa sim e foi a década mais execrada e enojada depois que terminou.

Agora quando é que vamos lembrar que estamos em 2000? Ou em 2010? Acho que só em 2020-2030. Citando um doidinho que eu não lembro o nome mas que vi a entrevista dele com a Mirian na tv, quando me chamam para churrasco onde vai tocar "músicas do nosso tempo" eu digo para o cara, seu tempo é HOJE, você está vivo em 2009. A maioria das pessoas se paralisa no tempo da adolescência, tipo um dia da marmota eterno. Basta ver como se vestem, como cortam o cabelo e principalmente o que escutam.

Mas divago.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

All That Muthafucking Jazz!!!!

Sempre gostei de jazz, achava legal, interessante, respeitoso, bacana de beber escutando etc. Achava uma saída bacana sair para escutar jazz e escutava um pouquinho - algo como 5 ou 6 artistas de vez em quando para descansar dos outros estilos. Basicamente, um interessado.

Este ano meu período Conan me fez fazer A PASSAGEM. A passagem de interessado mais ou menos para um cara que é de fato fã de jazz. Me deu um click do nada: parece que jazz é algo muito grande que você faz um download lento, lento, lento, anos, e um dia capum. Você começa a entender direito qual era a graça de verdade do negócio. Não que eu não achasse graça; mas agora não consigo ficar sem pelo menos um cd de jazz no carro. E se for um bom, não consigo tirar. Fica semanas direto.

Não mudei no meu quesito de detestar música excessivamente técnica e exibicionista. Jazz não é isso. Pelo menos o bom jazz não é isso. O bom jazz é a música verdadeiramente LIVRE. Jazz não é preso a vocais mastigando o sentido da música para você (música com vocal, mesmo sem letra, força o sentimento dela em você pela nossa relação com a voz humana). Jazz não é preso a ter que existir uma introdução, um verso, uma ponte, um refrão; jazz não é preso a música ter que durar pouco ou muito, a música ter um direção ou um sentido. O verdadeiro bom jazz é o jazz livre e descompromissado, que simplesmente vai para a direção que quiser (aliás, que deve ir) sem pedir desculpa nem licença para ninguém e acaba só quando chega lá.

Se músicos sem inspiração lerem o parágrafo anterior e tentarem fazer, vira algo sem graça, sem sal, sem direção, sem expressão, sem sentido. O jazz ruim é a famosa música de elevador. Se pessoas realmente talentosas partem para isso, o jazz é como escutar um monólogo legal de alguém. Você vê que, por ser basicamente improviso, tem muito das pessoas que estão executando a música sangrando, vazando do som. E se as pessoas forem pessoas interessantes, a música será boa também. Hoje eu tenho condição de ouvindo a música sacar que aquele ali é o Coltrane, porque é sempre ao mesmo tempo um pouco pertubador e desorientador, porém bonito. Muito do que provavelmente ele sentia por dentro. Assim você vê o caos que passava dentro do Charlie Parker, a vivacidade de um Lee Perry, a onda cool e de mente aberta de um Miles Davis. Para quem ainda não absorveu legal, é tudo mais ou menos igual. NADA MAIS LONGE DISSO.

Minha dica para ouvir jazz é a mesma que o David Lynch deu: NÃO PENSE. Não pense na música, não tente atribuir sentido a ela, não faça nada de forma ativa. Deixe a música passar por você da maneira mais passiva possível e tente ficar só com a sensação que ela te deixou. Isso é mais fácil falar do que fazer, mas é algo que se aprende. Não comece com nada do jazz que se aproxima do pop (as Norah Jones da vida). Comece com algo que realmente tenha liberdade e espírito. Não comece com coisa difícil de ouvir como o Coltrane ou o Coleman. Comece com alguma coisa tipo o clássico dos clássicos, o disco Kind Of Blue do Miles Davis ou com uma coletânea do Chet Baker.

Pretendo postar sobre jazz mais frequentemente agora. Note que disse que passei de interessado para fã. Estou muito, muito longe de ser um entendido em jazz.

Mas estou animadíssimo para fazer a jornada.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Redescobertas bacanas

Pela primeira vez eu tenho um carro com um som decente. Cheio de frescura, lê pendrive, mp3, ipod e bla bla bla e um efeito colateral muito bacana foi: até comprar um gravador de DVD (sei lá, tipo em 2006) eu guardava meus MP3s todos em CD. Bati mais ou menos em 56 cds de mp3s e comecei a armazenar em DVD. Mas como o leitor do som não lê DVD resolvi ir atrás dos meus cds velinhos e escutar o que estava neles, peguei uma pilha aleatória e comecei a socar no carro.

Excelente maneira de se surpreender novamente com coisas que tem muito tempo que você não escuta e que não sabe porque. Talvez seja até mais legal que descobrir bandas novas porque é um sopro de ar fresco + familiaridade + nostalgia (cujo poder não pode ser subestimado, já comentei aqui).

Até me proponho a fazer uma coisa legal: hoje consegui reunir grande parte da minha música num HD externo - nem toda, esses cds mesmo foram meio que abandonados. Qualquer dia vou deixar ele uns meses com alguém e escutar só coisa nova - quero ver o que vai rolar quando eu pegar ele de volta.

Algumas coisas que estavam abandonadas mesmo porque eu sou um canalha injusto:

dEUS - excelente banda indie da Bélgica, guitarreira, estilosa e experimental, se quer uma referência lembra um pouco Spoon se Spoon fosse mais agressivo. Ou seja, bem construído, bem tocado, criativo e variado, bem cool e cheio de estilo mas sem medo de partir para a violência quando necessário. Já vi eles tocando na tv a muito tempo atrás e é o tipo de banda que você nunca imagina onde a música vai parar porque pode começar bem pop e bonitão e terminar com a banda esfregando as guitarras nas câmaras de tv (bem Sonic Youth) e se jogando na platéia. Recomendo demais. Descobri no AudioGalaxy (!!!) lembram??

Soulwax - coincidentemente também da Bélgica, a maioria das pessoas conhece Soulwax como "a banda de rock dos 2 Many DJs", dupla de djs que fazem música eletrônica estilo big beat só que com muito bom humor e foram um dos criadores do mashup (misturar músicas dos outros para fazer música nova), inclusive já tocaram no Brasil. Quando eles querem ficar mais rock eles lançam discos como Soulwax e acertam a mão, no fundo é uma espécie de indie bem feito mas que claramente não se leva a sério (o que a melhor coisa deles) então tem arranjos meio que leves e bem humorados, o que os deixa interessantes, e não tem medo de destruir nada - escutem a música "Saturday" que é Billie Jean com outra letra e outra melodia de vocal. Comanda!

The Pillows - tenho muitos amigos que adoram, eu particularmente tinha um bocado de tempo que não escutava, mas me lembrei que punkzinho pop feliz cantado em japonês e meio que fofinho-mas-de-vez-em-quando-rápido-pra-cacete e (pelo menos soa) bem honesto e inocente pode funcionar. A melhor banda do Japão ainda é Boredoms e esses caras provavelmente apanham dos caras do Melt Banana na rua mas se quiser indiezinho feliz descompromissado dá para ir bem pior.

Tom Waits - eu sempre adorei Tom Waits e ele NÃO ficou esquecido durante esse período, mas especificamente o disco Rain Dogs que começou a tocar inesperadamente no meio do cd é uma puta de uma obra prima e tinha muito tempo que eu não escutava. Tom Waits basicamente é aquele cara velho bêbado que você vê na sua rua em boteco sujo 7:00 da manhã perto da sua casa tomando alguma coisa tipo rum. Só que impecavelmente vestido de uma maneira meio sinistra com um sobretudo preto, uma voz agressivamente rouca e ritmos que sempre parecem alguma música velha e suja que só toca em bares muito empoeirados de algum bairro esquecido do leste europeu. É aquele cara que você vai ouvir quando estiver deprê e realmente se sair melhor, porque ele basicamente vai te escutar até o final e ficar no bar mais tempo que você, contando histórias de hotéis baratos, mulheres baratas, como "toda a bondade do mundo cabe dentro de um dedal e ainda sobra espaço para você e eu", e você escuta aquela voz acabada e pensa "ah, pro inferno com tudo mesmo, é tudo fudido de qualquer jeito, vou me divertir". Tom Waits é um guru.
Por favor não morra antes de ouvir pelo menos um disco dele
!

Mastodon - Mastodon é uma banda de metalzão que pega um pouco de cada estilo de metal moderno - guitarras afinadas em MUUUU, bateria com bumbo duplo destruidora, vocal gritadão e toques de detah/black metal mas com andamento menos rapidão e mais groove; caramba, que difícil de explicar. É um metalzão pesado e balançado tipo um Biohazard menos punk e mais from hell. Eu perdi o interesse neles depois do disco Blood Mountain, que começou a ficar muito complicado e progressivo e eu odeio isso em qualquer estilo de música. Mas tinha esquecido o tanto que o disco Leviathan é destruidor. Disco temático feito em cima do Moby Dick (livro que eu amo inclusive), meio que me fez perceber o quanto Moby Dick é intenso e brutal, as músicas soam obsessivas e de coração escuro igual o capitão Ahab. Nessa época parecia que Mastodon ia ser a melhor banda de metal do mundo. Ainda torço por isso.

terça-feira, 19 de maio de 2009

No More Conan!!!!!!

Dei o primeiro passo para resolver minha vida.

Downgrade é sempre ruim, mesmo quando foi um downgrade que você pediu.
Mas... voltei a ser uma pessoa, a ter uma vida, a ter uma esposa, a respirar, poder estudar, ler, pensar um pouco em mim mesmo, ouvir música e caber alguma coisa dentro da minha cabeça.

Ou seja, prometi mil vezes retomar atualizações direito... e tudo indica que agora vai ;-).

No more Conan times!