terça-feira, 14 de julho de 2009

Da Série Random Music - All We Ask

Tem um tempo bom que eu não posto sobre bandas realmente novas aqui. Não parei de escutá-las - na verdade tem uma boa lista de coisas legais acontecendo que vou colocar num post daqueles estilos "playlist". Mas tinha um bom tempo que eu não fazia uma descoberta daquelas de banda que vai durar e que você vai ouvir um bocado de tempo, e empolga a ir atrás dos discos antigos e tudo mais. Dessa vez demorou mas enfim aconteceu de novo.

Tem um "gênero musical" que os americanos chamam de "dream pop". Não temos um termo bom para traduzir mas acho um termo ótimo e representativo do som. É basicamente música para te passar a sensação de sonhar acordado. Normalmente leve e "flutuante", solta, viajante, com pé no pop mas feito menos para ser cantada junto e mais para ser deixada passar por você como uma espécie de onda que não tem pressa, não tem preocupação em te balançar mas em te levar flutuando para cima bem devagar. Tem gente que define que é o ópio sonoro. Tem diversas bandas que já receberam esse título - Galaxie 500 me vem à cabeça porque encaixa muito na descrição e eu acho que funciona muito bem com esse intuito - e algumas que estão se engajando nisso por agora. Aliás, se pedirem para você definir onde está o indie rock em 2009 (não em 1999 ou 1989) para mim está claramente no folk experimental e no dream pop. E bati de frente com a banda que está melhor fazendo isso na atualidade.

Grizzly Bear era basicamente o nome que um rapaiz do Brooklyn, Ed Droste, escolheu para se apresentar com uma banda que era basicamente ele sozinho. E a onda do rapaiz é bem folkzinho - quase só voz e violão e alguns outros sons bem étéreos e delicados viajando por trás, tudo gravado sem muita definição sonora e feito com simplicidade que culminaram num disco incrivelmente atmosférico dado as limitações do formato - Horn Of Plenty. A partir daí ele sentiu que valia a pena investir no negócio e o Grizzly Bear virou uma banda de fato.

Porém "folk" é muito limitante para definir os camaradas. Folk funciona como a base e a cola para o som, tanto quanto metal e borracha é a base para fazer um carro - quer dizer, está ali, no fundo, sustentando tudo, mas o resultado final vai muito mais além, até porque a banda não se limita - faz barulho quando precisa, usa de música eletrônica, tem arranjos vocais maravilhosos estilo Fleet Foxes e ainda assim em agradou muito porque é muito "me leva longe" e tem um estilo de composição bem único. Ou seja, não consigo te dizer com o que eles parecem. O que para mim é um dos melhores elogios que um músico pode ganhar.

Não vá com pressa. Não é daquelas bandas que vão te dar um soco no estômago. Você não vai sacar de imediato o quanto é bom. Deixe o som rolar. Escute no fone bem alto e saque aos poucos quantas nuances existem ali - eles tem a fama de trabalhar os discos deles obssesivamente. E de repente vai te dar um clique. E quando você mudar de disco vai te dar outro clique igual. E aí, brother, assim como eu, você já era. Mais um fã de Grizzly Bear.

Comece por - na verdade por qualquer um, mas o mais "pop" e "fácil de ouvir" é o novo (Veckatimest)
Maravilhosamente cheio de detalhes - Yellow House
Não é bem o Grizzly Bear ainda mas muito atmosférico e bonito - Horn Of Plenty

Um comentário:

Luiz Augusto disse...

Saca só isso Lelê!!!

http://www.nerdssomosnozes.com/2009/07/camiseta-zumbi.html