quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Recomendation Week

Resolvi entrar na onda de dar uma chance para tudo que me recomendaram. Falaram para ouvir, eu fui lá e ouvi. A última onda de "recomendações de amigos" foi bastante positiva - aproveitamento de quase 100% e boas descobertas. Segue as que mais marcaram:

São os meus amigos Guto e Shibuco dois obcecados pela onda "menininha-indie-nerd-fofinha-em-carreira-solo-cantando-coisas-bem-pop-mas-um-pouquinho-excêntrica" e acho que isso é metade porque eles gostam de ouvir e metade porque querem casar com elas. :-) Por isso 80% das recomendações do Shibuco e 99% das do Guto me levam para o mundo da "garotinha indie pop" de novo. Costuma ser mais pop do que eu normalmente gosto, mas é claro que sempre aparece coisa boa (a começar por Cat Powers). As últimas deles foram:

Florence And The Machine - som bem variado e quase épico, arranjos grandiosos, mas não cheios de firula, mais para cheios de dramaticidade. Não é uma dramaticidade deprê mas um lance meio "eu sinto tudo que acontece com muita intensidade". Achei bem legal, tem uma voz diferentona (e potente), o disco vai de punk rock em música sobre bater no namorado até coisa orquestrada misturada com eletrônico e ótimas letras espirituosas para cacete. Não desceu bem na primeira audição mas logo na segunda saquei qual é a onda dela. Ela é meio feiosa então acho que nesse caso me recomendaram só pelo som mesmo :-)

Howling Bells - no fundo é uma banda bem indie-pop meio que tradicional, não tem nada de muito novo ou diferente mas fez um disco muito consistente (Radio Wars) que mantém sua atenção com basicamente todas as músicas boas e isso muitas vezes é suficiente. A voz da mina é muito bacana e a onda da banda me lembra um pouco um Garbage menos eletrônico (Garbage já foi muito bom inclusive), acho o clima parecido, um pouquinho de desespero romântico, um pouquinho de "sou sexy mas sou louca" e arranjos que poderiam tocar no rádio (no caso do Garbage, tocaram muito) mas não são pastiche-formuleta-Capital-Inicial. Pode ser uma ótima banda para iniciar alguém no indie - e isso é um grande elogio.

Meu amigo DJ Menorah soube do meu novo vício em jazz e me aplicou em músicas muito boas:

Jose James
- voz fodaça, estilo nota 10, classe nota 11, sem viadice-frescurice-nenhuma nota desnecessária. Desenvoltura moderna, é meio que um soul + jazz cantado de um jeito cool por um cara que provavelmente gravou isso bebendo gin puro em algum lugar com muita fumaça direto na garrafa. Clássico e classudo a ponto de seu pai gostar, mas já colaborou até com Flying Lotus (que é uma espécie de novo Aphex Twin).

Soil And Pimp Sessions - jazz feito por pessoas que perceberam que a década de 50 já passou, ou seja, essas músicas não existiriam se não tivesse existido o drum and bass na década de 90, porém não precisam usar de eletrônica para ficar moderno - está na sensibilidade e no estilo, o que é um puta feito e é tudo acústico. Jazz bem pau quebrando sem dó também - neguinho estava espancando os instrumentos - mas tão na veia e livre quanto os clássicos.

Já meu brother mano Juninho tem a onda totalmente "música é feita para te acariciar e te fazer dormir" e me aplicou também alguns discos crasse. Outro camarada que é viciado em jazz (acho que ele não percebe mas é) o que me acertou mais foi:

Cinematic Orchestra - imagine se o Massive Attack não quisesse fazer música para dançar e optasse por se tornar algo como uma big band de jazz. Ou se uma banda de jazz com uma vocalista de voz suave e viajante resolvesse fazer trip hop. Daria certo? Deu demais, e curti demais os 3 discos do Cinematic que eu escutei (destaque fácil para Every Day). Músicas lentonas e enormes com algo de frio e que de repente se tornam épicas e intensas, muita orquestração de bom gosto e clima de música para ouvir bêbado depois da festa - ou até durante se for um encontro mais light.

Wynton Marsalis & Ellis Marsalis
- são os jazzinhos que tocam no desenho do Snoop. Precisa mais?

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