terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Da Série Random Music - Oh My God Oh Your God

No final da década de 90 enquanto o rock alternativo inglês caminhava abaixo da sombra inegável do Radiohead no lado americano estava todo mundo olhando para o Pavement. Só agora na minha vida parei para aprofundar legal neles e ando me dando uns socos na cara pelo tempo perdido.


Pavement iniciou pequenininho - e com intenção de ser pequeno mesmo - em 92 quando fez um disco que era uma espécie de leitura moderna menos suja e mais bem humorada do Velvet Underground - um pop meio minimalista só que com melodias esquisitas e excêntricas (sem deixar de ser cativante) e ótimas letras meio cantadas meio faladas e bem irônicas. Entendo o rótulo de slacker que a banda ganhou e que virou praticamente um estilo de música porém assim como o primeiro disco dos Strokes é um puta esforço para soar simples. Pavement é tudo menos preguiçoso e essa formulinha (além de praticamente definir o indie rock americano) não gera discos do estilo "uau-olha-isso" mas gera discos do estilo "não-consigo-parar-de-ouvir". Mas que dá a sensação que o Stephen Malkmus acabou de levantar da cama pegar a guitarra do lado e começado a improvisar, dá. O que poderia ser horrível se ele não fosse um puta cara inteligente e sarcástico e um dos melhores compositores da sua geração.


A banda acabou depois de 5 discos, ter flertado com o grande sucesso na época do single Cut Your Hair e tacado foda-se e nunca ter feito nenhum disco mais ou menos - só excelente para cima. Quando perguntado sobre o que foi o Pavement Malkmus segurou um par de algemas em uma entrevista. Pena, mas vá atrás da carreira solo dele que é bacana. Nesse janeiro sinistro que eu passei ter Pavement no iPod foi como carregar um amigo portátil no bolso que me lembrava de vez em quando a não levar tão a sério e rir dos meus problemas. O dia que você precisar disso lembre de iluminar os cantos.

Comece por (obra prima) - Crooked Rain Crooked Rain
Aula de pop perfeito - Brighten The Corners
Atirando para todo lado - Wooe Zooe

Um comentário:

Anônimo disse...

Que texto bonito!
Gostei de lembra de iluminar os cantos, pode ser realmente providencial.

Bjokas!
Mirian