terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Melhores discos de 2011 pelo Rise From Your Grave - Indie Rock

(Note a definição ampla e inclusiva de "rock")

Direto na veia: são os discos que eu mais gostei e escutei durante o ano, sem nenhuma ordem particular de preferência. Durante os próximos dias vou postar os que se destacaram (pelo menos em meu ipod) em outros estilos - hip hop, eletrônico, e a categoria que vou chamar de "pau quebrando" onde vou incluir punk e metal.

Não entrou nesta lista o que não tem 5 estrelas para mim.

E aliás faço questão de citar um "don't believe the hype" - discos que estão sendo muito falados mas para mim não é isso tudo não.

Melhores Discos:

M83 - Hurry Up We're Dreaming


Ver post anterior.


Radiohead - The King Of Limbs (incluindo os singles e remixes)


Quando o novo do Radiohead saiu absolutamente do nada, de forma geral a reação foi de estranheza. Acabaram de vir de um disco bem orgânico (In Rainbows) e voltaram com um disco onde tudo é ritmo e só ritmo importa, bem eletrônico e experimental, e bastante curto (8 músicas). Eu gostei de cara e fizeram exatamente o que o Radiohead faz: qualquer coisa menos o que você estava esperando. Eu continuo fã incondicional. Para entender realmente este disco, você precisa penetrar no universo dele - explorar a extensa arte que vem com disco, ver as músicas serem executadas ao vivo no vídeo From The Basement, escutar o disco duplo de remixes, escutar os singles que saíram depois que já acrescentaram 4 músicas novas às 8 originais. Como a árvore que inspira seu título, foi uma espécie de semente de disco que vai crescendo e gerando outros ramos. E um disco pequeno que para mim já parece um mundo inteiro.


Wilco - The Whole Love


Este também ganhou seu post.
Ganhou a eleição de disco do ano entre meus amigos.


EMA - Past Life Martyred Saints


Um disco doído de ouvir mas que não soa exibicionista, artificial ou "tenham pena de mim" - soa ao mesmo tempo muito pesado mas muito sincero, como um exorcismo de demônios reais. Difícil explicar o som da EMA - a progressão do álbum me lembra uns clássicos como o Downward Spiral do Nine Inch Nails, onde o som é muito variado e pode atingir picos de barulho e de intensidade e do nada parar tudo em uma balada acústica. Mas não pense tanto em eletrônico, pense em uma artista que tem voz e personalidade próprias e fortíssimas e que busca o que a música pede para se expressar - seja o clássico baixo guitarra bateria, seja sintetizador, seja um simples violão. Prefiro que você assista a um dos vídeos mais bonitos do ano (e pertubadores se você estiver prestando atenção na letra):




TV On The Radio - 9 Types Of Light


Na minha humilde opinião pessoal, existem 3 bandas relevantes de verdade que fizeram um som que chamo de "isso é dos anos 2000" e que não podem ser confundidas com qualquer outra época (chega de 80 né): The Knife, Liars e TV On The Radio. Eu chamaria o TV On The Radio uma banda de funk mutante. O som é bastante original e ousado sem perder a facilidade de ouvir e processar, é inclusive bem dançante, o que é um milagre por si só. Imagine o que o Prince estaria fazendo se ele viesse do futuro e de outro planeta ao mesmo tempo. Gosto de todos os discos mas por alguma razão que não consigo explicar o desse ano me pegou de jeito e virou meu preferido. Escute no headphone - tem muito detalhezinho interessante que não pode passar.


Menções Honrosas:


Here We Go Magic - The January EP - onde o Here We Go Magic prova que embaixo de toda a doideira o que existe ali é muito talento para compor.
Girls - Father, Son, Holy Ghost - onde aprendemos que o Roy Orbison influencia positivamente o rock até hoje (a voz não tem nada a ver mas é espiritualmente bem parecido) e entendemos qual é a diferença entre um ÁLBUM e uma coleção de músicas qualquer.
My Morning Jacket - Circuital - onde o My Morning Jacket consegue ao mesmo tempo continuar fazendo o que fazia e não gerar uma sensação de repetição, e sim de "me dêem mais disso"
Dirty Beaches - Badlands - onde descobrimos que um Filipino que pensa que é o Elvis e grava na cozinha de casa é uma boa receita para fazer música legal.

Don't believe the hype:
Bon Iver - Bon Iver, Bon Iver - inegavelmente bem feito mas emocionalmente distante, intelectual demais e numa boa, um bocado chato na maior parte do tempo. Não consegui entender a histeria que esse disco gerou. Toda vez que eu escuto ele esse artigo que prega que o nosso gosto musical ficou muito maricas faz muito sentido para mim -> http://www.nydailynews.com/entertainment/music-arts/stop-sensitive-burly-men-girly-men-turning-pop-music-a-wuss-case-scenario-article-1.132664#ixzz1QUemcxxN

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