Assisti um documentário interessante, sobre uns malucos que tentam ter uma banda de metal em Bagdá. Sim, Bagdá, Iraque, tanque, tiro, guerra, fanatismo religioso. Sim, metal, ocidente, rock, capeta. Os caras usam camisa do Dimmu Borgir (black metal - presta atenção - banda satanista). Em Bagdá.
Em Bagdá tem toque de recolher. 21 horas todo mundo em casa. Melhors amigos que moram a 5 quarteirões ficam 6 meses sem se ver. Não se pode parar 15 minutos no mesmo lugar. Turistas (não oficialmente) pagam 50 dólares por dia por um carro blindado, dois atiradores, um motorista e um tradutor - única maneira de andar na cidade. Os caras da banda vão ensaiar com armas de fogo na mão e se forem pegos com camisas de bandas de metal americanas correm risco. De vida. Conseguiram dar tipo 5 shows em 6 anos. Para um público de umas 30 pessoas. Foram obrigados a fazer uma música para o Sadam Hussein na época dele. Tiveram o lugar de ensaio bombardeado (assim como vários lugares onde tocaram). Você acha que a banda de metal que você gosta é hardcore???
ELes vivem tentando mudar de país com a banda, mas ninguém dá visto para Iraquiano. Infelizmente termina bem triste com eles conseguindo se mudar para a Síria (onde Iraquiano é menos que lixo) e tendo que vender os instrumentos para pagar aluguel. Fiquei feliz porque vi no site tosco e sem recursos deles que a banda continua e agora está na Turquia. A banda deles é a Acrassicauda - nome de um escorpião preto da região.
Tem gente que morre pela música,e não é jeito de falar.
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
domingo, 12 de outubro de 2008
Projeto Conan - report de dentro das trincheiras do inferno
Sexta feira de 08:00 até 23:30
Sábado de 07:40 até 4:00 da matina
Domingão aqui estou eu de volta
eu sou um zumbi
Mas me parece que vai dar tudo certo. E o projeto Conan milagrosamente vai acabar bem.
Torçam para mim.
Sábado de 07:40 até 4:00 da matina
Domingão aqui estou eu de volta
eu sou um zumbi
Mas me parece que vai dar tudo certo. E o projeto Conan milagrosamente vai acabar bem.
Torçam para mim.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Pausa para um momento fã
O quê??? Radiohead tocando Smiths?
Como assim? Radiohead tocando Bjork??
Yes!! Radiohead tocando New Order?
Só para dar uma reguingada: Gnarls Barkley tocando Reckoner!
Como assim? Radiohead tocando Bjork??
Yes!! Radiohead tocando New Order?
Só para dar uma reguingada: Gnarls Barkley tocando Reckoner!
Death Magnetic
Atendendo ao pedido do Luiz, escutei o Death Magnetic do Metallica.
Este é o disco em que os caras do Metallica, hoje velhos pais de família milionários, tentaram declaradamente fazer o som de quando eles eram uns garotos meio punks e marginais e pobretões e beberrões. Acho que o Luiz me pediu para escutar porque eu sempre disse só gostar do Metallica do Kill'Em All.
Então fica três questões: uma é se eles conseguiram, outra é se isso é uma boa idéia, e a terceira é se afinal o disco é bom.
Respondendo à pergunta 1, na minha opinião, conseguiram. Fizeram tudo certinho: os timbres, a produção (excelente produção inclusive), desde a afinação das guitarras até as quebras das músicas e os estilos dos riffs e dos solos de guitarra (que voltaram). O Metallica novo provou que consegue emular o Metallica velho, se eles queriam provar isso parabéns para eles. Note que "Metallica velho" aqui não é bem "Metallica do Kill'Em All", é mais talvez Metallica do And Justice For All. Então as músicas são rápidas e pesadonas, mas também são para mim excessivamente longas e complicadas, motivo pelo qual eu NÃO gosto do And Justice For All.
Já se é isso é boa idéia, se pergunte: se o Metallica nunca tivesse crescido e estivesse em 2008 fazendo o mesmo som que fazia em 88 isso seria uma boa idéia? Se a resposta é sim para você, esse é um dos melhores discos do Metallica. Quando eu defendo o Kill'Em All como o disco que eu gosto eu nunca quis dizer que eles deveriam repeti-lo eternamente, eu gostaria que a banda crescesse e mudasse, mas mudasse para melhor e fizesse de maneira cada vez mais bacana o que fazem bem. Minha birra com Metallica é que para mim não souberam crescer - não é a posição radical dos fãs que criticam a banda simplesmente pelo fato de ter mudado ou por ficar "menos metal", é que para mim as mudanças que o Metallica sofreu não fizeram da banda uma banda mais interessante. E nessa altura, para mim, andar para trás é pior ainda.
Afinal de contas, o disco é bom? Cara, é Metallica de meio da carreira (de novo, And Justice For All ou coisa parecida). Tem guitarras excelentes - Kirk Hammet é foda - tipo as que ele tocou em Juda's Kiss, tem aquelas músicas com 200.000 trechos diferentes que muda toda hora, tem aqueles riffs clássicos deles (bem bacana), tem aquela bateria com o melhor timbre do mundo e um baterista muito sem imaginação (c0mo sempre). Se você é fã, deve amar. Para mim, aquilo ali é meio "metal default" - não me incomodou ouvir o disco, gostei muito de algumas guitarras, mas as músicas não ficaram na minha cabeça e eu particularmente acho que tem coisa muito mais criativa e interessante dentro do metal para ouvir.
Luiz: não sei se é o que você esperava ouvir mas foi sincero :-)
Este é o disco em que os caras do Metallica, hoje velhos pais de família milionários, tentaram declaradamente fazer o som de quando eles eram uns garotos meio punks e marginais e pobretões e beberrões. Acho que o Luiz me pediu para escutar porque eu sempre disse só gostar do Metallica do Kill'Em All.
Então fica três questões: uma é se eles conseguiram, outra é se isso é uma boa idéia, e a terceira é se afinal o disco é bom.
Respondendo à pergunta 1, na minha opinião, conseguiram. Fizeram tudo certinho: os timbres, a produção (excelente produção inclusive), desde a afinação das guitarras até as quebras das músicas e os estilos dos riffs e dos solos de guitarra (que voltaram). O Metallica novo provou que consegue emular o Metallica velho, se eles queriam provar isso parabéns para eles. Note que "Metallica velho" aqui não é bem "Metallica do Kill'Em All", é mais talvez Metallica do And Justice For All. Então as músicas são rápidas e pesadonas, mas também são para mim excessivamente longas e complicadas, motivo pelo qual eu NÃO gosto do And Justice For All.
Já se é isso é boa idéia, se pergunte: se o Metallica nunca tivesse crescido e estivesse em 2008 fazendo o mesmo som que fazia em 88 isso seria uma boa idéia? Se a resposta é sim para você, esse é um dos melhores discos do Metallica. Quando eu defendo o Kill'Em All como o disco que eu gosto eu nunca quis dizer que eles deveriam repeti-lo eternamente, eu gostaria que a banda crescesse e mudasse, mas mudasse para melhor e fizesse de maneira cada vez mais bacana o que fazem bem. Minha birra com Metallica é que para mim não souberam crescer - não é a posição radical dos fãs que criticam a banda simplesmente pelo fato de ter mudado ou por ficar "menos metal", é que para mim as mudanças que o Metallica sofreu não fizeram da banda uma banda mais interessante. E nessa altura, para mim, andar para trás é pior ainda.
Afinal de contas, o disco é bom? Cara, é Metallica de meio da carreira (de novo, And Justice For All ou coisa parecida). Tem guitarras excelentes - Kirk Hammet é foda - tipo as que ele tocou em Juda's Kiss, tem aquelas músicas com 200.000 trechos diferentes que muda toda hora, tem aqueles riffs clássicos deles (bem bacana), tem aquela bateria com o melhor timbre do mundo e um baterista muito sem imaginação (c0mo sempre). Se você é fã, deve amar. Para mim, aquilo ali é meio "metal default" - não me incomodou ouvir o disco, gostei muito de algumas guitarras, mas as músicas não ficaram na minha cabeça e eu particularmente acho que tem coisa muito mais criativa e interessante dentro do metal para ouvir.
Luiz: não sei se é o que você esperava ouvir mas foi sincero :-)
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Da Série Random Music - Cão Homen Estrela

Suede não parece com Oasis. Suede é o som da decadência, som para se escutar após acordar 6 horas da tarde de ressaca e meio deprê na cama enquanto você espera animar para ir para arua de novo. Suede é a banda que o David Bowie fez depois de perder a voz grave para um problema na garganta e chamar o Jimi Hendrix para tocar com ele nos intervalos entre algumas coisas impublicáveis. O primeiro disco te choca e te irrita, porque é ABSURDAMENTE afetado mas ao mesmo tempo é lindo e sujo. Assim como o London Calling do The Clash que eu comentei a pouco tempo, é presença garantida nas listas de melhores discos da história do rock. O segundo disco é totalmente sinfônico, é trabalhadaço, cheio de instrumentos e experimentações malucas e tem uma onda deprê que me faz pensar no Holy Bible. Aí a relação entre os dois compositores da banda - o vocalista e o guitarrista - que nunca tinha sido boa ruiu e a banda me arruma outro gênio da guitarra - Richard Oakes, um moleque de 17 anos (!) - e faz um disco corretamente chamado de Coming Up - porque estava deixando a onda deprê para trás - e a partir daí faz outros discos de música boa até o final (2002).
As pessoas de Londres tem um carinho especial por Suede, e dizem que ninguém que não é inglês consegue entender completamente a banda. A lenda é que Suede é exatamente o som da noite de Londres, das drogas e do sexo de Londres, do metrô de Londres de madrugada, de pegar um táxi em Londres para ir de um bar para outro. Talvez por isso nunca tenha estourado muito no mercado americano ou talvez seja porque o mundo é dominado por música ruim mesmo.
Mesmo não entendendo 100% segundo os ingleses, escute Suede. Não é garantido que vai gostar de cara, mas se você for o tipo de pessoa que gosta de Suede vai acabar gostando muito. Eu viciei tem pouco tempo (para loucura da minha mulher) e acho que ainda vou ficar muito tempo viciado. :-D
Comece por - escute todos na ordem cronológica, é o tipo de banda que TEM que fazer isso
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Guia Rise From Your Grave para a discografia do The Clash - parte 2/2
The Clash - o primeiro disco do Clash é lendário. Não é o melhor, mas é o mais revolucionário. Nesta época o Clash era basicamente os Ramones ingleses mas com personalidade própria, letras bem escritas que vão de cotidiano punk e cotidiano de gente pobre a cotidiano de gente que gosta de se divertir, e som punk direto na veia sem firula nem experimentação demais (no máximo um pouco de reggae da música Police And Thieves). Punk rock é exatamente isso. Clássico do punk e tão obrigatório quanto o primeiro dos Ramones.
Give'Em Enough Rope - quando se fala em Clash esse disco é frequentemente ofuscado porque não impactou como o primeiro que veio do nada nem é a segunda revolução que foi o London Calling. Pena, porque querendo ou não é facilmente um dos melhores discos da história do punk e acaba meio que esquecido. Esse disco é basicamente mais do mesmo - talvez um pouco menos pesado e mais aberto às influências de ska da banda - mas eu considero ainda melhor que o primeiro. Se quiser pode inclusive começar por ele.
London Calling - não existe mais nada a se dizer ou escrever sobre o London Calling. Caso raríssimo de banda que perdeu o caminho e estava meio sem saber o que fazer, atirou para todo lado e deu certo. O Clash não queria ficar mais preso nos limites do punk e provou que não precisava. Ainda é bem punk - e muito fácil de reconhecer que é o Clash - mas um punk relaxado, que não liga de pender para o rockabilly, para usar piano, para cair no reggae, para ficar mais pop, para ficar mais agressivo. O que marca no London Calling nem é isso: é pura e simplesmente a qualidade das músicas. Aparece rotineiramente nas listas dos melhores discos de rock da história. E merecidamente.
Saninista! - aqui foi aplicada a mesma idéia que o London Calling (vamos fazer tudo que der na telha), mas elevada à enésima potência. Resultado: tem desde hip hop até música árabe e coro de cirança. O consenso geral é que aqui o The Clash exagerou. É impossível esse disco não causar estranheza no início e é um disco muito fácil de não gostar - mas insista que as qualidades dele começam a aparecer. Hoje eu gosto (até bastante), mas só escute depois de se tornar fã e mesmo assim esperando tudo.
Combat Rock - Combat Rock destruiu o The Clash. Não porque é ruim (não sou muito fã mas não é um disco horrível), mas porque depois do Combat Rock (que tem uns clássicos dos anos 80 tipo Rock The Casbah e Should I Stay Or Should I Go) o Clash virou uma banda de milionários tocando em estádios lotados. E isso não encaixou com os punks de rua que eram no início, e a banda nunca soube conciliar isso. E literalmente foi para o saco. Não ache que é o disco popzinho FM vamos estourar agora woohoo - na verdade é até muito experimental em comparação com as músicas dele que estouraram. Mas tem coisa melhor deles para ouvir.
Cut The Crap - feito depois que todo mundo deixou a banda menos o Joe Strummer, é um disco do Clash zumbi - a banda já estava morta mas insistindo em continuar. Tentativa de fazer o punk que as bandas que imitaram o The Clash estavam fazendo - trocar de lugar de líder para seguidor é muito triste. E é retrocesso em relação ao tanto que o Clash tinha explorado e crescido. Se quer "cortar a baboseira" mesmo não escute esse disco.
Outros - O ao vivo Live From Here To Eternity é o melhor resumo da banda que qualquer coletânea (e as versões ao vivo são excelentes), e o Black Market é um disco de b-sides que são tão bons quanto as músicas que saíram nos discos (aliás, tem várias das minhas músicas preferidas do Clash).
Give'Em Enough Rope - quando se fala em Clash esse disco é frequentemente ofuscado porque não impactou como o primeiro que veio do nada nem é a segunda revolução que foi o London Calling. Pena, porque querendo ou não é facilmente um dos melhores discos da história do punk e acaba meio que esquecido. Esse disco é basicamente mais do mesmo - talvez um pouco menos pesado e mais aberto às influências de ska da banda - mas eu considero ainda melhor que o primeiro. Se quiser pode inclusive começar por ele.
London Calling - não existe mais nada a se dizer ou escrever sobre o London Calling. Caso raríssimo de banda que perdeu o caminho e estava meio sem saber o que fazer, atirou para todo lado e deu certo. O Clash não queria ficar mais preso nos limites do punk e provou que não precisava. Ainda é bem punk - e muito fácil de reconhecer que é o Clash - mas um punk relaxado, que não liga de pender para o rockabilly, para usar piano, para cair no reggae, para ficar mais pop, para ficar mais agressivo. O que marca no London Calling nem é isso: é pura e simplesmente a qualidade das músicas. Aparece rotineiramente nas listas dos melhores discos de rock da história. E merecidamente.
Saninista! - aqui foi aplicada a mesma idéia que o London Calling (vamos fazer tudo que der na telha), mas elevada à enésima potência. Resultado: tem desde hip hop até música árabe e coro de cirança. O consenso geral é que aqui o The Clash exagerou. É impossível esse disco não causar estranheza no início e é um disco muito fácil de não gostar - mas insista que as qualidades dele começam a aparecer. Hoje eu gosto (até bastante), mas só escute depois de se tornar fã e mesmo assim esperando tudo.
Combat Rock - Combat Rock destruiu o The Clash. Não porque é ruim (não sou muito fã mas não é um disco horrível), mas porque depois do Combat Rock (que tem uns clássicos dos anos 80 tipo Rock The Casbah e Should I Stay Or Should I Go) o Clash virou uma banda de milionários tocando em estádios lotados. E isso não encaixou com os punks de rua que eram no início, e a banda nunca soube conciliar isso. E literalmente foi para o saco. Não ache que é o disco popzinho FM vamos estourar agora woohoo - na verdade é até muito experimental em comparação com as músicas dele que estouraram. Mas tem coisa melhor deles para ouvir.
Cut The Crap - feito depois que todo mundo deixou a banda menos o Joe Strummer, é um disco do Clash zumbi - a banda já estava morta mas insistindo em continuar. Tentativa de fazer o punk que as bandas que imitaram o The Clash estavam fazendo - trocar de lugar de líder para seguidor é muito triste. E é retrocesso em relação ao tanto que o Clash tinha explorado e crescido. Se quer "cortar a baboseira" mesmo não escute esse disco.
Outros - O ao vivo Live From Here To Eternity é o melhor resumo da banda que qualquer coletânea (e as versões ao vivo são excelentes), e o Black Market é um disco de b-sides que são tão bons quanto as músicas que saíram nos discos (aliás, tem várias das minhas músicas preferidas do Clash).
Projeto Conan - update
Depois de meses de uma jornada épica estou exatamente no momento mais crítico, em que o Conan entra dentro da torre para dar porrada em todo mundo. Pico de stress, trabalho, dificuldade, cansaço, raiva de gente sem noção que atrapalha seu trabalho e etc. Até quarta que vem estou nessa, depois começa a melhorar. Até lá poucos posts mas vou tentar dar as caras.
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