quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Da Série Random Music - Cão Homen Estrela

Lá para 1993, uma banda formada em 1989 em londres por: um cantor afetado viciado em David Bowie e de voz nasal (Brett Anderson), que escrevia sobre a vida marginal do lado sujeira da noite de Londres (que ele adorava); um guitarrista excepcionalmente criativo e de estilo próprio que tocava uma guitarra totalmente glam e totalmente rock e bacana (Bernard Butler); a namorada do vocalista na outra guitarra (Justine Frischmann), seu amigo baixista (Mat Osman) e o quinto membro da banda (uma drum machine) tocaram no Brit Awards e catapultaram para o topo da parada da Inglaterra um disco que trazia na capa duas figuras se beijando que ninguém consegue saber se são um homem e uma mulher (ou dois homens ou duas mulheres), colocaram músicas tão glams que viram gay (ou tão gays que viram glam, tanto faz) feito por heterosexuais nas paradas e de quebra iniciaram sozinhos o que depois chamaram de britpop - aquele estilo que estourou na década de 90 com Oasis, Blur, Elastica, Verve e etc.

Suede não parece com Oasis. Suede é o som da decadência, som para se escutar após acordar 6 horas da tarde de ressaca e meio deprê na cama enquanto você espera animar para ir para arua de novo. Suede é a banda que o David Bowie fez depois de perder a voz grave para um problema na garganta e chamar o Jimi Hendrix para tocar com ele nos intervalos entre algumas coisas impublicáveis. O primeiro disco te choca e te irrita, porque é ABSURDAMENTE afetado mas ao mesmo tempo é lindo e sujo. Assim como o London Calling do The Clash que eu comentei a pouco tempo, é presença garantida nas listas de melhores discos da história do rock. O segundo disco é totalmente sinfônico, é trabalhadaço, cheio de instrumentos e experimentações malucas e tem uma onda deprê que me faz pensar no Holy Bible. Aí a relação entre os dois compositores da banda - o vocalista e o guitarrista - que nunca tinha sido boa ruiu e a banda me arruma outro gênio da guitarra - Richard Oakes, um moleque de 17 anos (!) - e faz um disco corretamente chamado de Coming Up - porque estava deixando a onda deprê para trás - e a partir daí faz outros discos de música boa até o final (2002).

As pessoas de Londres tem um carinho especial por Suede, e dizem que ninguém que não é inglês consegue entender completamente a banda. A lenda é que Suede é exatamente o som da noite de Londres, das drogas e do sexo de Londres, do metrô de Londres de madrugada, de pegar um táxi em Londres para ir de um bar para outro. Talvez por isso nunca tenha estourado muito no mercado americano ou talvez seja porque o mundo é dominado por música ruim mesmo.

Mesmo não entendendo 100% segundo os ingleses, escute Suede. Não é garantido que vai gostar de cara, mas se você for o tipo de pessoa que gosta de Suede vai acabar gostando muito. Eu viciei tem pouco tempo (para loucura da minha mulher) e acho que ainda vou ficar muito tempo viciado. :-D

Comece por - escute todos na ordem cronológica, é o tipo de banda que TEM que fazer isso

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