terça-feira, 21 de outubro de 2008

Da Série Playlist - o que anda queimando a bateria do meu Ipod

Pig Destroyer - Phantom Limb

Eternamente confirmando a minha teoria que só existe dois tipo de música - bom e ruim - abri as portas de mais um estilo que nunca gostei de nada, o Grindcore - uma espécie de punk + death metal que é conhecido por a) não ser muito variado b) ser o estilo de música mais rápido do mundo (tanto na velocidade que é tocado quanto na duração das músicas - tipo 50 músicas num cd de meia hora) , c) ser brutal e cabuloso ao extremo, além até do meu extremo e d) basicamente em 99% dos casos são umas bandas esfregando aleatoriamente os instrumentos muito rápido.
Acho que Pig Destroyer é a única banda grind legal do mundo. O nome (segundo eles) é um sinônimo de "Cop Killer" e, ao contrário dos outros grinds que eu conheço, em vez de esfregar os instrumentos tem realmente milhões de coisas realmente acontecendo muito rápido - cheio de nuances e de sacadas bacanas e de lances que tornam a música ainda mais pesada e legal, fora a falta de medo de experimentar (rola uns efeitos esquisitos no vocal, uns tempos quebrados bizarros e por aí afora). Acho que é o máximo que dá para esperar do estilo, e se você não se incomoda com coisa MUITO pesada e MUITO from hell recomendo conhecer.

Sly And The Family Stone - Greatest Hits

Tão importante para o funk quanto o George Clinton e o James Brown, sem contar que é uma das melhores bandas da década de 60, é um crime não conhecer bem Sly And The Family Stone - e eu só me redimi tem pouco tempo. A primeira coisa que chama atenção é o groove mesmo - música espancantemente dançante na época em que ainda se admitia fazer isso com gente tocando em vez de computador, e as pessoas conseguiam mesmo. A segunda é a criatividade e variação - Sly vai de rockzinho 60 a funk rasgado a pop a baladão com naturalidade, daquele jeito que é igual ver o Dave Lombardo tocar batera ou uns caras fodas mandar uns street skate - olhando até parece que é fácil. É um daqueles camaradas que colocaram tudo na música, então você saca as fases feliz dançante até as épocas de paranóia e problemas com drogas se refletindo na músicas de uma maneira estranhamente pessoal ao mesmo tempo em que funciona em uma festa de gente chapando birita e querendo fazer dancinhas divertidas. Demora para acustumar com esse lance esquisofrênico mas eu garanto que é imperdível.

TV On The Radio - Dear Science



Para mim uma das melhores e mais relevantes bandas da atualidade, e uma das poucas que faz um som que eu entendo como "não é a milionésima derivação de alguma outra coisa". TV On The Radio é super difícil de se classificar, não sei que diabo de estilo é aquilo - acho que é algo que só vai receber um nome daqui a vários anos quando finalmente derem valor a quem está inovando agora. O som que na minha cabeça é o do início dos anos 00 é aquele derivado de Strokes, mas o do fim da década é dessa moçada - TV On The Radio, Liars, The Knife, Ladytron e por aí vai.
O que essas bandas tem em comum? Além da vontade de experimentar, uma certa noção de que cada membro da banda é um produtor, e não "esse é o baixista, esse é o guitarrista, esse é o batera". Na verdade todas pessoas que participam da banda são "criadores de música" - e que utilizam qualquer ferramenta, instrumento e influência à disposição. Essas bandas são rock? Sim. Eletrônico? Também. Pesadas? Dançantes? Ás vezes. O que é constante é que todas tem estilo próprio e sepre te surpreendem. No caso específico do TV On The Radio, a onda tende para o funk (funk George Clinton e não funk carioca!!) - mas é uma espécie de funk futurista dançante eletrônico experimental, se você conseguir imaginar isso. Ah, e eles tem um dos melhores vocalistas da atualidade - parece um cantor de soul louco e viciado em David Bowie. O último disco deles - Return To Cookie Mountain - para mim é um dos melhores da década e esse novo conseguiu ser melhor ainda. Se quiser entender o que está acontecendo com o rock hoje, para mim este é o caminho. E também pela milionésima vez: escute Liars!!!!

Um comentário:

Anônimo disse...

pra mim o dear science não superou o return to cookie mountain. não entendo pq todos acham isso...