terça-feira, 2 de setembro de 2008

Da Série Random Music - Ela não usa geléia


Era uma vez no início dos anos 80 em Oklahoma alguns irmão que gostavam muito de:
  • Se drogar
  • Jogar futebol americano
  • Se drogar
  • Rock psicodélico
  • Se drogar
  • Histórias absurdas e bizarrices culturais em geral
  • E se drogar
As tardes destes irmão eram passadas jogando com seu time de futebol americano (chamado fearless freaks), fumando maconha (ou coisa pior) e ensaiando música absurda, altamente experimental e sem sentido com um pé no punk com sua banda na garagem. Quando começaram a tocar na cidade o show era basicamente uns garotos com cabelo rosa fazendo muito barulho com seus instrumentos , cantando músicas como "Jesus Shootin' Heroin" e "Charlie Manson Blues" (na verdade os títulos mais agressivos que as músicas em si, que normalmente são fluxos de consciência viagem e muitas vezes sem sentido mesmo). E o Flaming Lips era uma banda interessante porém não necessariamente um grande destaque. Então mais ou menos na altura do disco Transmissions From The Satellite Heart algo aconteceu.

Na minha opinião, esse algo foi o aprofundamento ao mesmo tempo de tudo que eles faziam. Inclusive do uso de drogas (o guitarrista toma um pico de heroína na frente da câmera no documentário sobre a banda que eu vi - enquanto Wayner Coyne, o vocalista, sempre defendeu o direito de quem quiser usar o que quiser ele foi o responsável pelo fim do vício do camarada quando apelou pela única vez na vida e lhe deu um soco na cara). Flaming Lips deixou de ser mais uma banda de punk psicodélico agressivo e divagante e deu uma abrandada violenta, sacando que o universo mais mauco, colorido, psicodélico e viajante é o universo infantil (pelo menos essa é a leitura que eu sempre fiz deles). Então o som deu uma virada forte para o pop - pop bem experimental mas bem feliz e malucão, e sempre com um pé no som antigo deles. As letras adquiriram uma espécie de inocência e deslumbramento com o mundo que deixam elas super bacanas e comoventes - só que não deixaram de ser excêntricas para cacete. E eles passaram a encher o palco de pessoas vestidas de bichinhos dançando (!!!), efeitos especiais estranhos, fantoches de freira fazendo backing vocal e uma bolha gigante (!) onde o vocalista entra e sai rolando por cima da platéia.

É por isso que a Juliete Lewis declarou que ir no show do Flaming Lips é como uma experiência religiosa. É por isso que na tira Questionable Content usaram Flaming Lips para ensinar à garotinha gótica o que é felicidade ("estou me sentindo estranha!") uahauhauahau :-)
Eu fui no show do Flaming Lips e presenciei uma multidão cantando emocionada, isqueiros acessos para cima, uma música sobre uma garotinha que tinha que enfrentar os robôs gigantes. E depois eles tocaram War Pigs do Black Sabbath.

Comece por - Yoshimi Battles The Pink Robots
Um dos discos responsáveis pela ascensão do indie no mundo do rock - The Soft Bulletin
Melhor disco (tem gente que vai discordar) - The Soft Bulletin
Disco quádruplo cujos 4 discos precisam ser tocados ao mesmo tempo em 4 aparelhos de som diferentes - Zaireeka
Imperdível também - Transmission From The Satellite Heart
Toca bastante na trilha do Little Miss Sunshine - At War With The Mystics
Não comece por - os primeiros

Um comentário:

fabs disse...

rá! Peguei antes de vc sugerir! hauhauhauhauha! É divertido mesmo.