quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Don't Believe The Hype Again

Lição do dia: simplesmente ignore tudo que o jornalismo musical diz. Se depender da New Music Express nasce um novo Beatles todo semana, sempre tem algo muitíssimo relevante acontecendo, só nessa década o rock já passou por umas 4 revoluções - e o povo vai lendo e os festivais vão lotando. Dois discos depois a mesma banda é derrubada sem dó quando não tem a sorte de ser ignorada. Tem bandas que viram deuses antes do primeiro single (isso não é jeito de dizer - acontece de fato). Bom exemplo: tem anos que a Inglaterra ENDEUSA Klaxons - é a nova revolução, fundador de um novo estilo (que chamaram de New Rave para parecer algo moderninho), é a melhor banda da atualidade, se você não escuta Klaxons você é que está errado. Você já ouviu? Para mim Klaxons é, no máximo, e com muita boa vontade, legalzinho. "Legalzinho" não é bom o suficiente nem sequer para ocupar espaço no meu ipod. No fundo é um indiezinho um pouco mais eletrônico e dançante (mas nem de perto tão legal quanto as bandas que fazem isso direito, como o Hot Chip e o Cut Copy) com umas letras que tem citações ao Aleister Crowley - nada que faça muito sentido, devem ter comprado um livro e sorteado umas frases de vez em quando. Nunca teve nada de mais nem vai ter - a não ser na Inglaterra, onde acreditam nessa pregação e o show deles lota.

Aí "New Rave" (que nunca foi um "estilo" ou um "movimento" apesar das revistas forçarem a barra para você acreditar nisso) deixou de ser novidade e escolheram um bocado de bandinha meio "indie-pop-tristonha-subproduto de Interpol mas que não passa nem perto" para ser a nova "revolução do rock", são bandas que estão tocando um "novo estilo", "mudando a música", "assustando a Inglaterra com sua onda dark", "impactando o mundo" e etc. Eu digo: bleeeeergh. Que pancada de baboseira. Escolheram como grande representante desse "estilo" (que chamaram forçadamente de "new grave") o Glasvegas. Peguei o disco do Glasvegas para escutar. Não vi:
- nada de originalidade
- nada de personalidade
- nada de dark
- e nada de interessante

Nada mais é que mais uma bandinha indie nova que é igualzinha a um milhão de outras que você já ouviu, não é boa, não é marcante e nem consegui entender porque é considerada tão dark. Resumindo, uma puta perda de tempo. E 10X mais deprimente é ver a imprensa brasileira babando ovo desses caras porque deu na NME e eles simplesmente repetem.

Escutei Glasvegas até a quarta música e troquei para Public Enemy só para escutar o crássico "don't believe the hype". Bem que poderia ter algo tipo Public Enemy hoje.

5 comentários:

bruiser disse...

jornalistas fedem

André Carneiro disse...

A imprensa brasileira chupa notícias na íntegra de agências de notícias internacionais. Tanto que, quando cometem um erro lá fora, o erro é cirurgicamente repetido aqui.

Desta forma, nem considero que a imprensa está babando o ovo de tal banda, está (de graça) dando CTRL C e CTRL V no texto de alguém que ganhou muito dinheiro para falar bem.

fabs disse...

Me lembro em 2001, quando audoslave foi considerada a melhor banda do século (21). Eu nunca me dei muito bem com os jornalistas da PUC, mas agora conheci eles mais de perto na pós. Num fedem não. Tem uns bem legais até!! O Problema, na verdade, pra tanta pagação de pau, é que eles precisam de pauta, escrever todo dia, são cobrados. Aí eles inventam movimento que rende pelo menos uma semana de assunto. Mas sei lá, deve ter uns bons de serem levados a sério. Também não acho certo desqualificar uma banda só pq passou por lá. Sempre haverá público pra quase tudo. É só vc se lembrar que os emos de 2 anos atrás achavam que dark mesmo era Fresno.

fabs disse...

"audioslave"

Luiz Augusto disse...

90% das minhas informações sobre música eu pego desse blog, a fonte mais confiável de jornalismo musical q existe!