segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Festival Planeta Terra 2008

É isso aí amigos, mais uma vez bato em SP para pegar shows bacanas que muito raramente vem aqui na África - ops - Brasil.
Estive no Planeta Terra e apesar de ter me decepcionado com minha maior expectativa fui positivamente surpreendido pelos shows que eu tinha uma expectativa (um pouco) menor. O saldo então foi mais que positivo. Vou tentar passar um pouco da experiência.

São Paulo

Não é a primeira vez que eu vou à São Paulo e a cidade é foda. São Paulo é outro país. São Paulo são 5 Belo Horizontes avaliando do ponto de vista cultural. Porém, em SP não cabe mais gente. Acabou. Lotou. Encheu. Acho que se mudar mais uma pessoa para lá a cidade explode. A 30 km da cidade já estava parado em engarrafamento na estrada - e isso era 22:00. Tudo é lotado demais, tudo é complicado demais, tudo tem fila demais. Mas não é suficiente para estragar a experiência - Liberdade (tivemos que amarrar uma corda no Shibuco para ele não sumir lá), galeria do rock, beber Guiness na rua Augusta. Wooohoow.

O Festival

Fica em um lugar nada a ver total (vi todos os paulistas reclamando), literalmente no fim do mundo, saí da Av. Paulista e tive que trocar de metrô 3 vezes e trocar de trem duas vezes - uma hora e meia para conseguir chegar. O palco principal era horrível - alto demais, distante demais do púbico e o som tosco e horroroso e embolado. Nota zero para ele. A favor: bem organizado, TODOS os shows começaram na hora exata. O espaço físico era violento - gigantesco, não vazava som de um palco para outro, o palco indie era fechado e não tinha os problemas do palco principal (dava para ver a banda bem de perto e o som estava ótimo), mesa, praça de alimentação, dava para usar o banheiro. Do festival em si, pouco a reclamar. Diz a Mirian que o público do Tim Festival era mais gente boa... vai saber. É um show de rock.

Jesus And Mary Chain

Sente a distância do palco em relação ao público

Já comecei chateado porque cheguei atrasadaço nessa brincadeira de troca de metrôs e peguei só metade da banda que eu mais queria ver. E só para dar uma reguingada estavam no lixo do palco principal - lotado demais, som bem ruim, banda bem distante tanto fisicamente quanto espiritualmente, a banda simplesmente não estava lá. Show totalmente bate cartão - entraram no palco, tocaram o mais desinteressadamente possível, foram embora. Sem sangue, sem alma, frio e esquisito e profissional e distante. O negócio é que o Jesus And Mary Chain tem músicas maravilhosas que falam por si - então apesar do show deixa-eu-ir-embora-para-o-
hotel-ver-novela que a banda deu mesmo assim rolou uma emocionada em umas músicas épicas tipo Just Like Honey. Mas no geral, decepção. Se for para voltar com a banda sem tesão nenhum melhor que continuasse terminada. Apesar disso gostei da música nova total Echo And The Bunnymen.

Spoon

ISSO foi um show

Cheguei para o show do Spoon e peguei a última música do Foals, o pau estava quebrando no palco, com certeza foi uma opção muit melhor que o JAMC.
Spoon deu um show brutal. Engraçado que nem é uma banda muito pesada ou especialmente energética - Spoon é indie rock puro na veia mas mutíssimo bem feito e musical e trabalhado. Ao vivo é bem rock - agitaram bastante, gritaram no microfone, se jogaram no chão, arrumaram umas barulheiras infernais de guitarras, tocaram muito bem - aliás ao vivo você vê que os arranjos do Spoon são fodas mesmo - e privilegiaram o Ga Ga Ga Ga Ga, que era o que eu queria (e a platéia toda também pela resposta que as músicas do disco recebeu). Aliás, tinha bem mais público do Spoon que eu esperava, muita gente agitando e muita música sendo cantada junto. Foi o oposto do primeiro show - deram sangue e pareciam estar se divertindo horrores no palco. Saí mais fã ainda da banda e acordei no dia seguinte com as músicas do Spoon na cabeça.

Breeders


Breeders ESPANCA o batatal do além. Ponto.

Breeder é destruidor. Quem tinha dúvida matou ela nesse show. Com um público bem cheio - muito fã de Breeders mesmo, cantando todas as músicas - postura simpática - aliás a Kim Deal é uma das figuras mais carismáticas do rock e por isso mesmo tinha muito fã quase desmaiando de felicidade com ela lá - o show das Breeders foi bem em cima do Last Splash (só 3 músicas do último disco) e foi punk. Rolou Kim Deal picaretando a guitarrista da banda fingindo que ia mostrar a bunda - e a garota foi na dela só que realmente mostrou :-) - rolou música dos Beatles, rolou "a musiquinha que a mamãe ensinou a gente a cantar", rolou country com a irmã dela no violino, rolou MOSH (SELVAGEM) em Cannonball. A banda foi recebida literalmente com amor - moçada fanática mesmo - e correspondeu.

Nenhum comentário: