quarta-feira, 23 de abril de 2008

Da Série "Commanders of The Potato Field" - Mike Patton

Quando eu sê grande, eu quero ser o Mike Patton.

As coisas funcionam ao inverso para o Mike Patton: quanto mais velho, mais doente.
Se bem que acho que quanto mais velho, mais moral para conseguir ser doente e não chutarem ele das gravadoras. Isso e o fato de ser um PUTA vocalista que vai de "vozeirão Frank Sinatra" a "berrão Death Metal" sem parar para respirar. Para mim é um dos músicos mais criativos e relevantes do fim da década de 80 para cá, e não só para quem se interessa por música alternativa.

O Mike Patton começou com a sua primeira banda (Mr. Bungle) já em 1985. Ele era um moleque e já estava chutando o balde. Uma música típica do Mr. Bungle começa com algo tipo, sei lá, música de circo, dentro de 30 segundos vira uma música árabe, de repente é metal, de repente é um baladão década de 50, isso tudo em algo como 3 ou 4 minutos. 100% esquisofrênico.

Depois disso ele substituiu o primeiro vocalista do Faith No More e isso teve três consequências:
  • ele apagou o outro cara da existência porque quando você lembra de Faith No More você está se lembrando dele;
  • ele fez a banda até então undergroundona virar mega estrelas;
  • ele ganhou a licença que ele queria para ser louco já no segundo disco (e melhor do Faith No More e um dos melhores da década de 90 na minha opinião, Angel Dust).
A partir do Angel Dust ele deixou de ser um vocalista e virou uma máquina de ruídos. A onda do Mike Patton é experimentar com o vocal fazendo barulhos que ninguém nunca fez, colocando efeitos que não são feitos para a voz e se esticando em qualquer estilo de vocalização que ele veio a conhecer.

Depois do Faith No More o cara sumiu do estrelato e ganhou a liberdade para tocar o projeto que quiser. E o homi trabalha. Olha só algumas coisas dele:

Dillinger Escape Plan -
Apesar de não "ser da banda" fez um disco com os caras do "show ao vivo mais psicopata do mundo". Duvida? ENTÃO OLHA ISSO! Nesse disco tem um cover de Aphex Twin. Você não precisa conhecer Aphex Twin (aliás ainda quero postar sobre ele) para ficar de cara com terem escolhido gravar essa música.

Peeping Tom - diz ele que essa banda representa "o pop que deveria tocar na rádio". Tá mais para trip hop mas perto das outras coisas dele...

Lovage - É o seu lado Fábio Júnior. O disco se chama "Music to Make Love to Your Old Lady By". Obviamente que vindo dele é irônico pra cacete, mas ele tem voz para isso. E, sinceramente, faz o que quer e tá cagando e andando.

Fantomas - Parece música do Galba. Sério. Cada disco tem um tema (tipo músicas para acompanhar uma história em quadrinhos italiana que vem com o cd ou covers de músicas obscuras do cinema). Apesar de tematicamente coerente, parece música do galba. Eu amo.

Tomahawk - Eu tinha para mim como uma espécie de continuação do Faith No More (pelo menos é meio que isso no disco Mit Gas) até eles gravarem um disco de músicas de índios americanos. Não é música meio indígena, é música composta por índio de verdade. Ani.

Mr. Bungle -
a banda continuou na época do Faith No More e foi ficando cada vez mais bizarra.

Participações bacanas -
gravou junto com Bjork até Sepultura.


O João Gordo disse que ele é a pessoa mais louca que ele já conheceu na vida, e o João Gordo deve ter uma amostra grande para comparar. Ele declara que a única droga que ele usa é cafeína. Tem gente que realmente não precisa dessas coisas. Mike Patton espalha o caos. Eu aprovo.

2 comentários:

Luiz Augusto disse...

Fora o nome do "Faith no More" (pq tb não conheço quase nada da banda), não conheço nada desse cara... :S

Mirian Silveira disse...

É mesmo muito fixe,além de tudo ela ainda arranha um português de portugal muito engraçado.