quarta-feira, 18 de junho de 2008

A Arte de Ofender

Vamos lá, tem tempo que eu queria escrever sobre isso.
Como eu sou alguém que às vezes sem querer e às vezes sem querer querendo sou ofensivo, especialmente ao discutir cultura - música cinema literatura etc - (porque é um assunto que eu gosto de discutir e tenho opiniões bem definidas, note que "bem definidas" não as torna automaticamente "corretas") eu de vez em quando tenho que lidar com alguém que "ficou puto" porque eu disse na cara dele que o seu precioso J. Quest ou sua preciosa Pitty e uma pilha de cocô são sinônimos para mim.
Por isso, eu tendo a filosofar sobre o assunto "a raríssisima capacidade humana de debater e de lidar com opiniões discordantes".
Primeiro, queria registrar o que eu entendo como "debater" (isso vale para qualquer campo da vida, profissional/pessoal/amorosa etc) como um simples passo a passo aplicável de forma fácil por qualquer um (woooohooow):

1-Eu exponho meu ponto de vista
2-Você expõe seu ponto de vista
3-Eu escuto seu ponto de vista
4-Eu tento compreender seu ponto de vista
5-Se ele não bate com o meu, eu tento entender porque você não pensa igual a mim
6-Eu reviso meu ponto de vista se eu achar que o seu é válido, ou tento explicar melhor o meu se eu achar que o meu é mais válido

É assim que funciona (deveria funcionar) ou eu entendi alguma coisa errada???

Na prática, em todos os lugares e campos e momentos da vida eu vejo:

1-Eu exponho meu ponto de vista
2-Você expõe seu ponto de vista
3-Eu ignoro o seu ponto de vista e continuo insistindo no meu

OU

1-Eu exponho meu ponto de vista
2-Você expõe seu ponto de vista
3-Eu fico procurando falhas no seu ponto de vista para conseguir derrubar ele e "ganhar"

OU até

1-Eu exponho meu ponto de vista
2-Você expõe seu ponto de vista
3-Eu grito/bato/agrido ou apelo de alguma outra maneira até seu ponto de vista bater com o meu à força

Se pensar "é mesmo que absurdo" se lembre de quando alguém falou mal de um filme que você gosta e sua reação foi pensar "esse cara tem que morrer".
Entendo que a nossa carga emocional interfere e atrapalha as coisas a correrem de maneira tão racional assim, mas vamos pelo menos tentar pô, 99,9% das pessoas nem tenta.

Aplicando este conceito a (por exemplo) esse blog: esta é MINHA opinião. Ela não é perfeita, nem sequer imutável; mas no momento em que eu escrevi, ela era esta. Você tem 100% o direito a ter a sua, que pode eventualmente ser até o contrário da minha. Tá bão?
Aplicando este conceito no seu trabalho: às vezes a idéia do cara é realmente melhor que a sua. Acontece.
Aplicando este conceito na mesa de bar: se você está apoiando uma coisa e ele outra coisa, veja como oportunidade de refletir se essa outra coisa aí não é melhor que a sua coisa. Não é competição. Você vai ganhar, estourando, um troféu joinha se provar que seu candidato/time de futebol/religião/banda/filme/livro/prática sexual é melhor que a dele.

Obs 1: Não estou afirmando, com esse post, que eu consigo aplicar isso sempre - não sou o Mr. Debatedor Perfeito.
Obs 2: Se qualquer pessoa achar que eu escrevi isso direcionado especificamente a alguém, pensou errado. Já tinha tempo que eu queria escrever isso porque já tem anos que eu sou mal interpretado por não ter medo de expor uma opinião potencialmente polêmica.
Obs 3: Todo mundo sabe que Ramones é exceção a essa regra. Se você falar mal de Ramones você deve morrer num gangbang de jumentos (sugestão do UDR).
Obs 4: Não sei se me sinto bem ou mal de ter escrito um texto tão óbvio, mas se eu não tomasse ferro com essas coisas não ia sentir a necessidade.

3 comentários:

Luiz Augusto disse...

Uai Lelê, eu uso sempre a última seqüencia ali q vc descreveu... Me fala pq eu devo mudar se sempre funciona??? HEHEHE!

Esse post não foi pra mim pq eu NUNCA DISCUTO NADA COM O LELÊ! :p HAUAHUAHAUHA

shibuya disse...

Qunado eu conheci o lele eu disse que ramones era uma bosta! To procurando meus dentes da frente até hoje...

Anônimo disse...

Putz!

Perfeito.