quinta-feira, 12 de junho de 2008

Malleus Maleficarum

Em 1484, um dominicano chamado Heinrich Kramer tentou perseguir as "bruxas" de sua comunidade (Trent, na Itália), e foi impedido pelos clérigos locais. Pedindo apoio ao papa (papa é sempre a coisa mais do mal que anda na Terra, guarde isso) conseguiu do Inocêncio VIII a Summis desiderantes affectibus, a bula papal que basicamente diz que bruxa existe e que a igreja tem que matar todas. Mesmo assim, não estava conseguindo obter apoio do clérigo local, então resolveu como a maioria das pessoas resolvem a maioria das coisas: picaretando. Escreveu e publicou em 1487 (a prensa só existia tinha 30 anos, olha só) um livro from hell - o Malleus Maleficarum, também conhecido como o Martelo das Bruxas.

Esse livro foi largamente responsável por vários conceitos que perduraram muitos anos - que as bruxas são predominantemente mulheres (que são seres mais fracos que os homens e descontroladamente sexuais), que são criadas por satã para ajudá-lo, que roubam o pinto dos homens (!), matam criança, fazem canibalismo, transam com demônios e mais uma porção de coisa bacana. O livro era tão absurdo que a própria igreja condenou ele em 1490 - em só 3 anos foi para o Index Librorum Prohibitorum - mas como o picareta anexou a bula papal no início ele deu a impressão que o livro foi aprovado pelo papa (além de colocar no início que ele foi aprovado pela faculdade de teologia de Cologne, faculdade que classificou o texto como anti ético e ilegal).

Apesar de proibido, até 1669 (!!) foi uma espécie de "manual do inquisitor", já que ele ensinava a identificar, combater, e a julgar (torturar) uma bruxa. Ou seja, uma picaretagem que perdurou por 182 anos e ajudou a matar entre 40.000 e 100.000 "bruxas".Você pode ler o livro inteiro online aqui. Vá lá aprender que as bruxas matam crianças no útero para oferecer ao cramunhão e que elas fazem até experiência genética com o sêmem que elas colecionam.