quarta-feira, 25 de junho de 2008

Elric de Melnibone


Essa semana terminei de ler a adaptação para quadrinhos da saga de Elric de Melnibone, que foi escrita por Michael Moorcock a partir de 1961, e saí interessadíssimo em ler os livros.
Ele foi criado como anti-arquétipo do Conan. Enquanto o Conan é um mulão moreno e bárbaro tosco odiador de magia, Elric é um franzino albino imperador de um país em ruínas e ele mesmo um feiticeiro.
Um dos responsáveis pela popularização do gênero dark fantasy (como o próprio Conan, aliás gênero que eu acho muito bacana) Elric poderia ser mais uma história de fantasia genérica - que aliás estão muito em voga desde o sucesso do Senhor dos Anéis - se não fosse tão bem escrito e tivesse personagens tão fortes.

Como portador de um destino que não queria (eu sei que essa parte é clichê) o personagem é interessante porque vai para qualquer extremo para cumprir suas tarefas. Ele carrega uma espada que possui vontade própria e que suga a alma daqueles que mata, que alimentam a vitalidade do fraco Elric - que não consegue controlar ela completamente e muitas vezes durante a história acaba matando vários de seus amigos sem querer por isso.
A história tem uma inclinações filosóficas legais e uma mitologia bastante trabalhada. A maioria dos eventos vêm da guerra entre as entidades da lei e do caos que não exercem influência sutil sobre o mundo: exercem uma influência brutal, ao ponto das terras que são dominadas por governantes atrelados ao caos se distorcerem e provocarem mutações em qualquer um que chega perto. O próprio Elric tem um demônio patrono (Arioch) e apesar de inclinar para a lei é no fundo considerado uma criatura do caos. Outra coisa que eu gostei demais foi a coragem da história de ser bem deprê sem dó nenhuma. Rola momentos que chegam a ser tocantes como o encontro com o "gigante triste" (que é um Deus que foi rebaixado a mortal) e quando descobrimos o destino da esposa dele. Aliás, o final da história é bem deprê e um dos melhores finais que eu já vi.

Apesar de toda a onda, não teve nada que chegasse perto depois do Senhor dos Anéis (no gênero fantasia) no cinema. Elric seria ótimo candidato (apesar que periga não ser feito por ter um personagem principal muito dark e seguidor de demônios). Fica a recomendação de qualquer maneira.

Nota: quem conhece rpg talve não saiba que a White Wolf - o melhor estúdio na minha opinião - recebeu esse nome por ser o apelido do Elric.

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