Você pode trabalhar ouvindo música? Refraseando: você é uma das felizes pessoas super sortudas que possuem a possibilidade de cumprir sua sofrida e repetitiva labuta diária, onde você sangra e sua e sofre para garantir a sua sobrevivência e dos seus entes queridos, com o alívio divino que provê da música que você gosta?
Quando eu inicio um novo projeto uma das primeiras perguntas que eu faço é se a empresa tem alguma restrição quanto ao uso de fone. Ultimamente tenho tido sorte e trabalho boa parte do tempo (exceto, obviamente, quando estou em reunião, aliás, por mim eu colocaria música na reunião também) com o ipod na orelha. No mesmo espírito do post sobre música para momentos difíceis, também identifiquei alguns padrões meus na hora de ouvir música no trabalho.
Em teoria, a boa música para trabalhar não chama atenção demais para si e provê um ambiente sonoro que é interessante mas fica no background. Isso é verdade em muitos casos, mas eu particularmente prefiro até mesmo o contrário dependendo do contexto.
Essa definição "clássica" me faz pensar em música repetitiva e/ou etérea e/ou abstrata de alguma maneira, então eu caio nos candidatos óbvios: música instrumental ou que usa os vocais como se fosse um instrumento, especialmente jazz, eletrônico e post-rock.
Post rock, no geral, funciona bem demais. As bandas de post rock são as bandas que começaram a partir da metade da década de 80 a usar a instrumentação clássica de rock - guitarra, baixo, bateria, muitas vezes com distorção - para NÃO fazer rock. A maioria é ultra viajante, largamente instrumental e experimental, tem elementos de jazz e faz uso de eletrônico - a equação perfeita de música para trabalhar. Se partir para o puramente eletrônico é legal escolher coisa mais abstrata e viajante também - estilos como o IDM que eu já mencionei no blog costumam funcionar legal quando (não são as vertentes mais agressivas) e obviamente eletrônico ambiente e lounge.
Dentro do jazz você tem um mundo inteiro - de Dixieland até fusion com música indiana - eu recomendo partir para o cool jazz - quando é ruim é total música de elevador, quando é bom é total "música para se ouvir dentro do útero".
Isso vale para um dia típico de trabalho típico, onde você está fazendo algo familiar em algum nível e que portanto não exige esforço intelectual demais. Acho que é óbvio para todo mundo que o nível de esforço intelectual tem uma relação inversamente proporcional com o nível de "abstratice" do que você vai ouvir - portanto preenchi uma tabela com o nível de esforço intelectual do trabalho, o estilo de música que combina e recomendando discos que eu já testei e para foram legais para mim neste contexto. Sei lá, se animar tente um deles e me fala se funcionou para você também.
As duas exceções:
1 - percebo que a maioria das pessoas tem dificuldade de ouvir música muito familiar durante o trabalho. Você acaba cantando junto em vez de trabalhar e as pessoas do escritório ficam olhando para você. Evite discos que você conhece demais.
2 - eu particularmente, quando estou sob pressão, opto por música pauleiraça. Quanto maior for a pressão, mais pesada a música. Fui fazer vestibular escutando coisa tipo metalzão from hell. Acho que algumas pessoas funcionam ao contrário disso. Ou a maioria delas. :-)
* este é o segundo melhor disco para ouvir trabalhando da história da humanidade...
** e este é o primeiro!!
Quando eu inicio um novo projeto uma das primeiras perguntas que eu faço é se a empresa tem alguma restrição quanto ao uso de fone. Ultimamente tenho tido sorte e trabalho boa parte do tempo (exceto, obviamente, quando estou em reunião, aliás, por mim eu colocaria música na reunião também) com o ipod na orelha. No mesmo espírito do post sobre música para momentos difíceis, também identifiquei alguns padrões meus na hora de ouvir música no trabalho.
Em teoria, a boa música para trabalhar não chama atenção demais para si e provê um ambiente sonoro que é interessante mas fica no background. Isso é verdade em muitos casos, mas eu particularmente prefiro até mesmo o contrário dependendo do contexto.
Essa definição "clássica" me faz pensar em música repetitiva e/ou etérea e/ou abstrata de alguma maneira, então eu caio nos candidatos óbvios: música instrumental ou que usa os vocais como se fosse um instrumento, especialmente jazz, eletrônico e post-rock.
Post rock, no geral, funciona bem demais. As bandas de post rock são as bandas que começaram a partir da metade da década de 80 a usar a instrumentação clássica de rock - guitarra, baixo, bateria, muitas vezes com distorção - para NÃO fazer rock. A maioria é ultra viajante, largamente instrumental e experimental, tem elementos de jazz e faz uso de eletrônico - a equação perfeita de música para trabalhar. Se partir para o puramente eletrônico é legal escolher coisa mais abstrata e viajante também - estilos como o IDM que eu já mencionei no blog costumam funcionar legal quando (não são as vertentes mais agressivas) e obviamente eletrônico ambiente e lounge.
Dentro do jazz você tem um mundo inteiro - de Dixieland até fusion com música indiana - eu recomendo partir para o cool jazz - quando é ruim é total música de elevador, quando é bom é total "música para se ouvir dentro do útero".
Isso vale para um dia típico de trabalho típico, onde você está fazendo algo familiar em algum nível e que portanto não exige esforço intelectual demais. Acho que é óbvio para todo mundo que o nível de esforço intelectual tem uma relação inversamente proporcional com o nível de "abstratice" do que você vai ouvir - portanto preenchi uma tabela com o nível de esforço intelectual do trabalho, o estilo de música que combina e recomendando discos que eu já testei e para foram legais para mim neste contexto. Sei lá, se animar tente um deles e me fala se funcionou para você também.
As duas exceções:
1 - percebo que a maioria das pessoas tem dificuldade de ouvir música muito familiar durante o trabalho. Você acaba cantando junto em vez de trabalhar e as pessoas do escritório ficam olhando para você. Evite discos que você conhece demais.
2 - eu particularmente, quando estou sob pressão, opto por música pauleiraça. Quanto maior for a pressão, mais pesada a música. Fui fazer vestibular escutando coisa tipo metalzão from hell. Acho que algumas pessoas funcionam ao contrário disso. Ou a maioria delas. :-)
Nível Intelectual da Tarefa | Tipo de Música | Recomendo |
Ameba zumbi | Qualquer um | Ah sei lá vai ouvir Ramones para se divertir |
Ameba mais espertinha | Qualquer um | Ou Radiohead... Radiohead é legal |
Pré-mongol | Não tão pauleira | Radiohead - In Rainbows Spoon - Ga Ga Ga Ga Ga Ladytron - Witching Hour Pixies - Death To The Pixies Jesus And Mary Chain - 21 Singles Weezer - Blue Album |
Playboy/Patilene | Não tão pauleira | Beach Boys - Pet Sounds Roy Orbison - The Essential Elvis Presley - TUDO Luna - The Days Of Our Nights Wilco - Yankee Hotel Foxtrot |
Macaco | Instrumental | Justice - Cross Groove Armada - Vertigo Mogwai - Tudo Godspeed You Black Emperor - Lift Your Skinny Fists Like Antennas To heaven Slint - Spiderland Miles Davis - Live Evil |
Normal | Instrumental | Air - Talkie Walkie Galaxie 500 - The Portable Low - Trust Kraftwerk -Minimum Maximum * Panda Bear - Person Pitch ** |
Busy no MSN | Instrumental abstratão | Aphex Twin - Selected Ambient Works Tortoise - TNT Miles Davis - Birth Of The Cool ou Kind Of Blue Chet Baker - TUDO |
Desconectado do MSN | Instrumental abstratão | Boredoms - TUDO Clouddead - TUDO Orneth Colleman - TUDO Angelo Badalamenti - as trilhas dos filmes mais esqusiitos do Lynch |
Fudeu | Pau quebrando | Tipo isso mesmo |
NASA ou + | Silêncio... No hay banda | NADA |
* este é o segundo melhor disco para ouvir trabalhando da história da humanidade...
** e este é o primeiro!!
3 comentários:
Lelê e a "Teoria Geral da Música no Trabalho"!
Fora o que diz respeito a essa teoria, q funciona perfeitamente em geral, por isso "Teoria Geral" hehe, também entra o humor do dia em combinação com o nível da tarefa, aí é mais uma variável (e daquelas bem complicadas) que influencia na escolha da música.
Imagino que cada pessoa poderia definir a própria "Teoria Especial da Música no Trabalho", conjugando o próprio humor com a sua "Teoria Geral" e sacando os resultados!
Nível "ameba zumbi"!
Uauauuaa
Ótimo esse quadrinho.
Vou testar aqui para ver se funciona mermo.
Pra mim o melhor disco pra trabalhar é Arde, do Migala. Depois vem Wilco, e Air.
Também amo Chico Buarque, mas não dá certo, eu fico prestando atenção no disco e acabo morgando...
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